estudo exploratório no âmbito da ciência da informação e saúde coletiva
Meri Nadia Marques Gerlin[1]
Universidade Federal do Espírito Santo
Elmira Luzia Melo Soares Simeão[2]
Universidade de Brasília
Ana Valéria Machado Mendonça[3]
Universidade de Brasília
valeriamendonca@gmail.com
______________________________
Resumo
Relata-se pesquisa realizada no âmbito do Projeto Arbocontrol observando que as bibliotecas, arquivos e museus podem utilizar a informação da área da saúde em projetos com comunidades tradicionais e periféricas, tendo em vista que, situadas à margem dos benefícios concedidos às regiões metropolitanas, essas comunidades sofrem com a falta de acessibilidade aos programas vacinais, água tratada, saneamento básico, entre outros. Portanto, reúnem-se esforços para analisar a possibilidade da tradução do conhecimento da informação em saúde sobre arboviroses em regiões quilombolas, indígenas, ciganas, pomeranas e em outros territórios de povos tradicionais para o trabalho nas unidades de informação. Para o alcance desse objetivo, procede-se ao estudo exploratório e, quanto aos procedimentos, ao levantamento bibliográfico e documental no âmbito da Ciência da Informação e Saúde Coletiva. As pesquisas realizadas pelo Projeto Arbocontrol da Região Sudeste mostram produções científicas e culturais da Rede Brasil de Gestão da Informação e Tradução do Conhecimento em Saúde. Para comunicar a informação direcionada ao controle das arboviroses dengue, zika, Chikungunya e febre amarela, produzida entre os anos de 2020 a 2022, identifica-se a relevância da disseminação de sínteses científicas por meio da narrativa de histórias provenientes da literatura oral brasileira e, especialmente, direcionadas ao público infantojuvenil. Destaca-se, portanto, a necessidade de os profissionais da informação e saúde atuarem colaborativamente em unidades de informação e saúde com grupos das comunidades tradicionais, dialogando sobre a origem da ancestralidade disseminada pela oralidade e sobre a estratégia da comunicação da informação por meio da tradução das pesquisas sobre prevenção das arboviroses.
Palavras-chave: arboviroses; informação em saúde; tradução do conhecimento; ciência da informação.
THE COMMUNICATION OF INFORMATION ON ARBOVIRUSES AND THE TRANSLATION OF SCIENTIFIC KNOWLEDGE IN TRADITIONAL COMMUNITIES
an exploratory study carried out in the field of information science and collective health
Abstract
Keywords: arboviroses; health information; translation of knowledge; information science.
A Ciência da Informação contempla pesquisas e práticas sobre registros, organização, tratamento, armazenamento, acesso e recuperação da informação, direcionando sua atenção para a disseminação de conteúdos informativos ante a hibridez do espaço presencial e virtual na sociedade contemporânea. Tem como foco a informação textual, imagética e oralizada ordenada, estruturada e contida em variadas fontes de informação (Le Coadic, 2004; Mcgarry, 1999), contribuindo para que a informação seja objeto de estudo dessa ciência e de outras áreas de conhecimento que concebam a mediação informativa como necessária no campo da saúde, política, cultura, educação, dentre outros.
Por meio dos pressupostos teóricos e práticos da Ciência da Informação arquivistas, bibliotecários, museólogos, e outros especialistas trabalham com a organização e o tratamento da informação (mediação implícita) para que, direta ou indiretamente, reflitam sobre ou possibilitem que ocorram processos de busca e de recuperação da informação (mediação explícita) (Almeida Junior; Santos Neto, 2014; Gerlin, 2023). Para que pesquisadores e profissionais possam estudar e mediar processos informativos precisam “investigar” e se “apropriar” de temas e assuntos relacionados com a comunicação da informação contida em documentos impressos, eletrônicos, digitais e/ou no formato de (hiper)textos, sons, obras de artes, artefatos, imagens, entre outras modalidades de conteúdos disponibilizados dentro ou fora das instituições de informação, educação e cultura que trabalham com a mediação da informação em saúde.
Com o cenário pós-pandêmico ocasionado pelo coronavírus SARS-Cov-2 (covid-19) na segunda década do século XXI, as unidades de informação (UI) se deparam com a necessidade de trabalharem com a promoção da saúde ao disseminarem informação, principalmente, nas comunidades tradicionais e periféricas que vivem à margem dos benefícios concedidos às regiões metropolitanas que, em tese, possuem maior acessibilidade aos programas vacinais, de água tratada, energia elétrica, saneamento básico, entre outros. Assim sendo, profissionais e pesquisadores da informação e da saúde devem se apropriar de estratégias e metodologias que permitam o estudo e a comunicação dessa tipologia de informação.
Para esta ação coletiva ocorrer, UI como museus, centros de documentação, bibliotecas e arquivos de acesso público devem colaborar com Unidades Básicas de Saúde (UBS) que são estabelecimentos de Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS). As UBS atendem e investigam, previamente, problemas de saúde que não tenham a necessidade de encaminhamento para serviços emergenciais como pronto atendimento e pronto-socorro hospitalar prestando assistência aos agravos da saúde daqueles que necessitam de suporte imediato com ou sem risco de vida[4].
Diante desse cenário, pesquisadores e profissionais da informação trabalham, potencialmente, com metodologias que possam dar conta de processos de comunicação da informação atravessados por problemas sociais e associados às questões relacionadas com a Covid-19, dengue, doença de Chagas, febre amarela, malária, varíola e outras demandas da área da saúde que perpassam decisões e questões políticas, humanitárias e do meio ambiente incidindo diretamente sobre os determinantes de saúde da população brasileira.
Este direcionamento requer que profissionais da área de informação e saúde (bibliotecários, arquivistas, museólogos, agentes de saúde, enfermeiros, psicólogos, médicos, etc.) se juntem, diretamente, aos envolvidos no processo (usuários e gestores do SUS), para atuarem colaborativamente em momentos de crises sanitárias que ameaçam a saúde e o bem-estar dos povos e comunidades tradicionais, bem como no decorrer de epidemias que reúnem um enorme quantitativo de casos de doenças acometidas em territórios demarcados, como no caso das arboviroses dengue, Zika e Chikungunya (DZC) causadas pelo mosquito Aedes aegypti (Brasil, 2022).
Ao partir de pressupostos teóricos e práticos compartilhados pelas áreas da informação e saúde, reúnem-se esforços para ‘analisar a possibilidade da tradução do conhecimento da informação em saúde sobre arboviroses direcionada às regiões quilombolas, indígenas, ciganas, pomeranas e em outros territórios de comunidades e povos tradicionais’. Para alcançar o objetivo proposto, procede-se ao estudo exploratório e, quanto aos procedimentos, mobilizam-se estratégias de levantamento bibliográfico documental no âmbito da Ciência da Informação e Saúde Coletiva necessários à constituição deste relato de pesquisa.
2 APONTAMENTOS SOBRE A METODOLOGIA
Tendo em vista que o levantamento bibliográfico realizado em base de dados da Ciência da Informação[5] é insuficiente para colocar em análise a tradução do conhecimento na área da informação sobre arboviroses, realiza-se pesquisa documental nos bancos de dados do Projeto Arbocontrol coordenado pelo Núcleo de Estudos em Saúde Pública (Nesp) da Faculdade de Ciências da Saúde (FS) da Universidade de Brasília (UnB) (ARBOCONTROL, 2020)[6] em colaboração com o Laboratório de Educação, Informação e Comunicação em Saúde (LabECoS/UnB) e com os Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UnB e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Portanto, adota-se como parâmetro a análise do material produzido pela rede desse projeto para comunicar a informação da área da saúde nas comunidades de diversas regiões brasileiras, dentre as quais situam-se os povos tradicionais.
A pesquisa acaba contribuindo na identificação da exequibilidade de comunicação da informação da área da saúde em comunidades tradicionais, permitindo refletir, especificamente, sobre o resultado do levantamento de um conjunto de serviços e produtos do Projeto Arbocontrol da Rede Brasil na Região Sudeste (Gerlin; Pacheco; Santos; Barbosa, 2022; Gerlin; Santos, 2022). Tal experiência de pesquisa científica, e ao mesmo tempo cultural, permite pensar na relevância da tradução do conhecimento por meio da seleção de uma coleção de narrativas de histórias infantojuvenis sobre prevenção das arboviroses, que pode, facilmente, ser adotada pelos profissionais da informação e saúde tanto no espaço presencial como no espaço virtual (ciberespaço) (Burnham, 2022; Gerlin; Santos, 2022).
As arboviroses dengue, zika, Chikungunya recebem atenção especial no que se refere à intensificação da realização de pesquisas sobre o monitoramento dessas doenças e do compartilhamento de um conjunto de ferramentas de intervenções do Projeto Arbocontrol para a tradução do conhecimento, por meio do uso de infográficos, palestras, cartilhas, podcasts, vídeos, livros, etc. que podem ser compartilhados com as obras infantojuvenis da “Coleção Perguntas da Arbo: Histórias para todas as idades” (ARBOCONTROL, 2020; Gerlin; Pacheco; Santos; Barbosa, 2022; Gerlin; Santos, 2022; Sousa; Mendonça; Simeão; Costa, 2022).
No que diz respeito a identificação das atividades deste projeto nas regiões Sudeste, composta pelos estados Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, identificam-se resultados de produções científicas e culturais produzidas pela Rede Brasil de Gestão da Informação e Tradução do Conhecimento em Saúde[7], entre os anos de 2020 a 2022 para comunicar a informação da área da saúde direcionada ao controle das arboviroses DZC e febre amarela[8] (i), bem como destaca-se a possibilidade dos instrumentos da tradução do conhecimento mobilizados pela narrativa de histórias infantojuvenis provenientes da literatura oral brasileira (ii).
Constituindo-se como estratégica para transmitir resultados de investigações científicas confiáveis e acessíveis aos diferentes repertórios culturais dos sujeitos contemporâneos, a tradução do conhecimento torna-se necessária para a construção de metodologias de análise e a reconstrução do conhecimento científico. Como resultado, permite fluir o trabalho com estruturas conceituais e aplicativas no campo da saúde e contribui com a compreensão de informações que são sínteses de resultados de estudos e práticas sobre doenças como as arboviroses (Burnham, 2002; Gerlin; Santos, 2022; Reis, 2019).
Tradução do conhecimento é um dos vários termos usados para descrever a ciência de colocar a evidência em ação e de entender como as práticas baseadas em evidências funcionam no mundo real. Trata-se de um processo interativo do conhecimento que inclui a síntese, a disseminação, o intercâmbio e a utilização do conhecimento com a finalidade de melhorar serviços e colocar à disposição da população produtos eficazes e, assim, fortalecer o sistema de saúde (Andrade; Pereira, 2020, p. 2).
Estudos teóricos apontam para a exequibilidade de se trabalhar com a tradução do conhecimento mesmo que não exista consenso sobre a sua aplicação entre pesquisadores e profissionais da saúde (Andrade; Pereira, 2020; Ferraz; Pereira; Pereira, 2019). No que se refere ao uso do método em projetos pensados em espaços tempos de informação e educação como as instituições de ensino superior (IES), “Entre os desafios, está o de desconstruir os valores e crenças que constituem a pesquisa como convencionalmente realizada na academia” (Ferraz; Pereira; Pereira, 2019, p. 205).
O avanço da ciência da TC [tradução do conhecimento] exigirá necessariamente que os mundos da prática e da pesquisa sejam aproximados, porque a pesquisa que tem metas transformadoras precisa ser fundamentada no aqui e agora. No entanto, para isso, faz-se necessário haver o diálogo e o engajamento da parte dos cinco principais setores da sociedade, a saber: organizações de saúde, instituições acadêmicas, centros de pesquisa, organizações governamentais e a comunidade, para garantir que haja alinhamento da atividade de cada um desses grupos (Ferraz; Pereira; Pereira, 2019, p. 205).
Ao partir desta perspectiva, a pesquisa participativa é identificada pelos pesquisadores como um método relevante para a tradução do conhecimento que é produzido dentro e fora da universidade, reunindo discentes, cientistas, profissionais, e outros membros da comunidade interna e externa às IES. As variadas estratégias de pesquisa e práticas profissionais que conduzem à tradução possibilitam preencher lacunas identificadas e para resolver problemas da sociedade contemporânea, incluindo as demandas das comunidades localizadas em regiões tradicionais que vivem à margem dos benefícios dessa mesma sociedade.
A abertura da participação efetiva dos sujeitos por meio do uso da narrativa oral para a tradução de pesquisas sobre prevenção das arboviroses em comunidades tracionais, acaba abrindo espaço para, paralelamente, estudar os impactos do ambiente natural, cultural, político e da diversidade social dessa população composta por indígenas, quilombolas, ciganos, pescadores artesanais, extrativistas, costeiros e marinhos, pantaneiros, pomeranos, caboclos, ribeirinhos, etc. Os territórios dos povos e comunidades tradicionais são povoados por grupos identitários que habitam terras e usam recursos naturais de forma sustentável e sua atividade econômica é baseada na tradição e ancestralidade, com respeito ao meio ambiente com uma cultura diferenciada da predominante em centros urbanos (Brasil, 2021; Cruz, 2012; Loureiro, 2020).
O ato de narrar as muitas histórias dessa população encontra referência na ancestralidade dos povos tradicionais permitindo o compartilhamento de experiências e a transmissão de informações sociais e culturais. No decorrer desse processo de comunicação narrador e ouvinte trocam de papéis e ambos se encontram na posição de emissor e receptor das mensagens contidas na narrativa oral. A mensagem/experiência comunicada pode ser replicada pelo modo tradicional no qual o narrador conta e ouve as narrativas presencialmente e/ou registradas pelas tecnologias contemporâneas de escrita, informação e comunicação (Benjamin, 1994; Gerlin; Simeao, 2021; Mcgarry, 1999).
Em vista de que com a Web (ambiente de conexão da internet) identificam-se com maior facilidade os produtos e serviços do Projeto Arbocontrol, que se encontram disponibilizados em suportes informacionais impressos, eletrônicos e digitais aguardando a divulgação por meio das ações extensionistas, a tradução do conhecimento no campo da informação em saúde em comunidades tradicionais é uma estratégia baseada na paisagem de redes híbridas (presenciais e virtuais) em constante transformação, permitindo que pesquisadores, profissionais e narradores se deparem com o desafio de comunicar a informação tanto em ambientes presenciais como na rede mundial de computadores (internet).
A Internet aparece como a rede responsável pela comunicação global que se constitui como um meio de comunicação interativo e universal para as regiões metropolitanas, conseguindo chegar em algumas regiões interioranas brasileiras e mundiais, mas não em todas. Então, junto às dificuldades de acesso aos programas de saúde em comunidades tradicionais, há também “[...] a desigualdade espacial no acesso à internet [o que] é um dos paradoxos mais impressionantes da era da informação” (Castells, 2011, p. 434).
A prática tradicional do narrador que tem como base a oralidade e que vai ao encontro da apropriação de linguagens e recursos textuais, sonoros e imagéticos (multimodais) (Benjamin, 1994; Mcgarry, 1999), acaba potencialmente colaborando com a tradução do conhecimento em todo o território brasileiro. Percebe-se, com isso, que pesquisadores e profissionais da informação e saúde, usuários de serviços de saúde e contadores de histórias, entre outros sujeitos dispostos a trabalhar com a oralidade nas comunidades tradicionais, contribuem com ações educativas e culturais podendo, com isso, obterem um entendimento de que essa arte milenar é propícia para a transmissão de orientações confiáveis sobre o controle das arboviroses e outras doenças que representam situação de risco. Todavia,
O ato educativo se dá aqui fundamentalmente pela contação de histórias e relatos, pela vivência corporal, pelo trabalho com conteúdos que daí emergem e pela reflexão propiciada, permitindo transcender a experiência. Seguindo o exemplo citado, conteúdos como as relações de trabalho, a escravidão, o racismo, os direitos sociais, a interação com a natureza pelo trabalho e pela cultura, a religiosidade, a espiritualidade, a tolerância e a diversidade cultural, entre outros, são potencialmente interessantes (Loureiro, 2020, p. 144).
Na atualidade, aspectos sociais e culturais podem ser resgatados pela narrativa oral registrada pelo repertório universal da literatura que, facilmente, é publicada e recuperada com maior intensidade e facilidade no espaço virtual, podendo auxiliar em processos de tradução do conhecimento no ciberespaço contemplando também o espaço presencial. Esse recurso é armazenado em suportes informativos e lúdicos como livros, revistas em quadrinhos e ambientes da web (portais, sites, blogs, vlogles, etc.). “No âmbito científico e acadêmico, [a] literatura é o conjunto de composições literárias, distribuía nos gêneros: narrativo, lírico e dramático. Sendo o narrativo comporto por romances, fábulas, novelas, contos etc.” (Bortolin; Almeida Júnior, 2010, p. 93).
Com isso, deve-se considerar que as transformações da sociedade contemporânea cada vez mais hibridizaram os processos de comunicação da informação em saúde, podendo também hibridizar a tradição da ancestralidade da prática da narrativa oral (Gerlin, M. N. M.; Simeao, 2021). De outro, há de se pensar no “por quê” de as campanhas e programas de saúde não poderem se apropriar da interação entre narradores (emissores) e usuários da informação em saúde (receptores) tendo como base a tradição e a tecnologia. No caso específico desta pesquisa surge ainda a premissa baseada no trabalho da comunicação da informação em saúde, além do fato de se considerar que
[...] para eliminar os focos urbanos do Aedes egypti através da utilização de maciças campanhas publicitárias nunca provocou efeito profilático desejável e suficiente, provavelmente por ignorar as várias limitações sociais e pessoais para atingir e eliminar a totalidade dos criadouros urbanos, provocando um injusto sentimento de culpa nas vítimas (Wermelinger, 2022, s. p.).
Uma das limitações é a insuficiência de insumos mais atrativos nas campanhas de saúde direcionadas aos povos tradicionais e em situação de risco social, já que, de maneira geral, pesquisadores apontam dúvidas quanto ao uso efetivo que se faz delas mesmo que não se possa refutar a importância desse tipo de estratégia. No que tange aos novos recursos para a divulgação das campanhas educativas da área da saúde destaca-se o ambiente digital do Youtube, conseguindo agregar os insumos necessários aos planejamentos que visam compreender a tradução do conhecimento, com destaque nos recursos audiovisuais como uma estratégia potencial para a prevenção da DZC (Albarado; Prado; Mendonça, 2019).
O ambiente de compartilhamento de vídeos no Youtube alcança as redes sociais virtuais e presenciais da população, já que os contadores de histórias trabalham com o material recuperado em seus equipamentos eletrônicos para (re)transmiti-lo no espaço presencial, gerando “[...] uma diversidade de conexões, permitindo ao narrador contemporâneo, muitas vezes, operar socialmente sem precisar da mediação de outros sujeitos e ou instituições externas para buscar informação ou produzir conhecimento” (Gerlin, 2018). Nesse sentido, reflete-se sobre as trocas de experiências dos narradores de histórias não se encerrarem no Youtube alcançando outros ambientes digitais e possibilitando que eles possam disseminar narrativas orais tanto no ciberespaço como nos territórios que a Internet não consegue alcançar (Gerlin; Simeão, 2021; Santos; Gerlin, 2018).
O exposto acaba corroborando para que as Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras atuem em redes de colaboração e cooperação, como ocorrido na “Rede Brasil do Projeto Arbocontrol”. Como resultado das ações de pesquisas da área da saúde dessa rede, cabe pensar em encontros de diálogos formativos como uma proposta das IES que devem perpassar a tradução do conhecimento científico produzido pela universidade e comunidades locais, de forma que os cidadãos possam se beneficiar com práticas discursivas e com as estratégias de (in)formação. Encontram-se imbricados nesse processo dialógico os sujeitos docentes, discentes, trabalhadores da saúde e da informação e demais membros de grupos comunitários e de profissionais reunidos em coletivos que atuam em ações de extensão universitárias. O movimento das ações extensionistas podem se constituir como
[...] práticas discursivas que tomam corpo no coletivo, inauguradas a partir do convite feito pelo pesquisador e enredadas, posteriormente, nas diferentes formas de inscrição que esse pesquisador possa produzir, orientadas no processo de análise, por suas questões de pesquisa e pela literatura sobre a qual sustenta seus argumentos (Spink; Menegon; Medrado, 2014, p. 31).
Diante deste contexto, recuperam-se seis volumes contendo narrativas infantojuvenis que podem ser usados em ações extensionistas e que dialogam sobre as arboviroses ao mesmo tempo em que divertem sujeitos de todas as idades. A Coleção “Perguntas da Arbo: Histórias para Todas as Idades” foi organizada editorialmente pelos pesquisadores de IES e bolsistas de graduação e pós-graduação da Rede Brasil, e publicada no formato digital no portal da Editora ECoS (FS UnB). Com a meta de facilitar o acesso a essa coleção em comunidades da periferia, rurais e tradicionais foram editadas mais seis versões com uma estrutura diferenciada que permitiu a impressão das obras, com temáticas que abordam a realidade das comunidades indígenas, quilombolas e pomeranas (Quadro 1).
Quadro 1 – Obras do Projeto Arbocontrol que trabalham com a tradução do conhecimento (TC)
Dados das obras |
Recursos de TC |
Contexto do trabalho com a narrativa da literatura oral |
GERLIN, M. N. M. G. O que é um vetor? Brasília: Editora ECoS, 2022. v. 6. 30 p. Perguntas da Arbo: histórias para todas as idades. Vol. 6 |
Texto, imagem e QR Code, podcast com narrativa oral. |
Permite conhecer o vetor das arboviroses em uma ação de projetos dentro da escola, tendo como cenário as comunidades pomeranas de imigrantes de regiões eslavas e germânicas que se fixaram na região serrana ao Sul do Estado do Espírito Santo. |
GERLIN, M. N. M. G.; MARQUES, E. O que tem a zika e a Chikungunya? Brasília: Editora ECoS, 2022. 25 p. Coleção Perguntas da Arbo: histórias para todas as idades. Vol. 5 |
Texto, imagem e QR Code, música tradicional e podcast. |
Por meio do resgate das músicas de congo de domínio popular coloca em questão o significado da zika e da chikungunya, utilizando-se da manifestação cultural das comunidades quilombolas, situadas ao Norte do Estado do Espírito Santo. |
GERLIN, M. N. M. G.; MARQUES, E. Na natureza sem dengue? Brasília: Editora ECoS, 2022. 24 p. Coleção Perguntas da Arbo: histórias para todas as idades. Vol. 4 |
Texto, imagem e QR Code, podcast de contação de histórias. |
A tradição do trabalho com o meio natural de subsistência do indígena fornece meios naturais de controle dos focos do Aedes aegypti, fazendo referência a visita de um grupo de alunos às tribos do Norte do Estado do Espírito Santo (ES) com etnias Tupiniquim e Guarani.
|
GERLIN, M. N. M. G.; MARQUES, E.; PASSOS JÚNIOR, E. O nome dele é Aedes Aegypti? Brasília: Editora ECoS, 2022. 22 p. Coleção Perguntas da Arbo: histórias para todas as idades. Vol. 3 |
Texto, imagem, QR Code e podcast com paródia, música de hip-hop. |
Utiliza a estrutura poética do "Rap" para dialogar o público de uma associação de moradores sobre as arboviroses. A inspiração para o texto, a colagem das imagens e a composição da música surgiu da cultura "hip-hop" da periferia dos municípios de Cariacica e Vila Velha no Estado do Espírito Santo.
|
GERLIN, M. N. M. G.; MARQUES, E.; PASSOS JÚNIOR, E. Arbo o quê? Brasília: Editora ECoS, 2022. 20 p. Coleção Perguntas da Arbo: histórias para todas as idades. Vol. 2 |
Texto, imagem e QR Code, podcast com música de hip-hop |
Encontra no gênero musical do Rap, surgido no século XX, elementos para trabalhar com jovens adolescentes por meio da estrutura poética das rimas herdadas da cultura "hip hop", contribuindo com a tradução do conhecimento sobre as arboviroses numa escola da região metropolitana.
|
GERLIN, M. N. M. G. Foco de quê? Brasília: Editora ECoS, 2022. 18 p. Coleção Perguntas da Arbo: histórias para todas as idades. Vol. 1 |
Texto, imagem, ilustração, vídeo e QR Code, canção de roda, podcast. |
Inspirada nas paisagens dos parques municipais da Região Metropolitana da Grande Vitória do Estado do Espírito Santo, narra a brincadeira de uma criança ao controlar o vetor Aedes aegypti, apropria-se, também, das cantigas de rodas preservadas pelo repertório do domínio público brasileiro.
|
Fonte: Editora Ecos (2022)[9].
Composta por seis volumes, a “Coleção Perguntas da Arbo” é alimentada por narrativas infantojuvenis que dialogam sobre temáticas da área da saúde, tendo como base as pesquisas realizadas pelo Projeto Arboconcontrol, ao mesmo tempo em que divertem sujeitos de todas as idades. Possuindo títulos híbridos (impressos e digitais), que remetem a tradução do conhecimento sobre as arboviroses, utilizam-se de recursos textuais, sonoros, imagéticos e de ferramentas tecnológicas (Ilustração 1). Todas as obras possuem QR Code’s que remetem aos vídeos e podcasts disseminados no Youtube. Desse modo, para além das páginas que exploram a textualidade e a imagética, exibem recursos variados para a tradução do conhecimento que podem ser trabalhados em UI e UBS que tenham ou não acesso às novas tecnologias.
Ilustração 1 – Coleção Perguntas da Arbo: histórias para todas as idades
Os volumes 1, 2 e 3 trabalham com melodias de cantigas de rodas e hip hop que dialogam sobre medidas necessárias para o controle dos focos do arbovírus. A ideia é utilizar o espaço de escolas, nas regiões metropolitanas e da periferia do estado do Espírito Santo, enquanto os volumes 4, 5 e 6 dialogam com comunidades quilombolas, indígenas e pomeranas (Quadro 1). As obras analisadas foram continuidade das ações de pesquisa e extensão da Rede Brasil da Região Sudeste do Estado do ES, mas podem ser usadas em outras regiões adaptando narrativas para ações em escolas e bibliotecas que atuam em parceria com as UBS.
Nas comunidades tradicionais e periféricas da sociedade civil em que a informação digital não pode ser acessada, a prática milenar de narrar histórias entra em cena para contribuir com a tradução do conhecimento nos lugares em que as tecnologias de informação e comunicação não conseguem alcançar, permitindo que profissionais da informação e saúde contem com narradores (tradicionais e profissionais) para comunicar oralmente a informação para benefício da saúde e do bem-estar da população.
A prática narrativa é fundamental ao processo de disseminação das informações contidas nos contos, mitos, fábulas, lendas e em outros gêneros orais que compõem um repertório tradicional universalmente reconhecido na sociedade contemporânea. Os narradores contemporâneos (re)constroem uma narrativa oral mesmo antes da disseminação aos seus ouvintes, pesquisando em textos impressos ou digitalizados (Gerlin; Simeão, 2021, p. 193).
Ao identificar que atores e comunicadores que contam histórias podem atuar nessas comunidades conectados em redes sociais (virtuais e presenciais) e, desse modo, que devem trabalhar com a narrativa de histórias, identifica-se um elemento potencial para traduzir o conhecimento nas comunidades de indígenas, quilombolas, pomeranos, ciganos e outros povos tradicionais e comunidades periféricas às regiões metropolitanas. Percebe-se que o narrador de histórias pode auxiliar no processo de tradução das arboviroses DZC nessas comunidades ao se tornar uma figura estratégica nesse contexto de colaboração, tendo a seu lado “A potencialidade da conexão da rede digital [em que] cresce significativamente o número de serviços e produtos no campo da contação de histórias” que podem recuperar e disseminar oralmente (Gerlin; Simeão, 2021, p. 191).
4 coNSIDERAÇÕES FINAIS
Com a tradução do conhecimento percebe-se que se pode fazer fluir o trabalho da saúde coletiva em comunidades tradicionais que são carentes desse tipo de ação, de forma que essa população possa se apropriar de resultados de estudos/práticas sobre as arboviroses DZC, febre amarela e outras doenças. Com este estudo coloca-se em “análise a relevância do uso da estratégia de síntese e disseminação da informação de pesquisas científicas da área da saúde por meio da narrativa de histórias’ registradas pela literatura oral brasileira e, em específico, direcionadas ao público infantojuvenil, porém, podendo envolver no processo de tradução do conhecimento das sínteses sobre as arboviroses sujeitos de todas as idades que atuam e frequentam as UI e UBS.
Destaca-se, portanto, o caso da Rede Brasil do Projeto Arbocontrol que produziu um conjunto de obras literárias (que remetem a outros produtos dessa rede) com a meta de traduzir o conhecimento sobre as arboviroses DZC, ocasionando, posteriormente, na necessidade de os profissionais da informação e saúde dialogarem, sobre a coleção que reúne essas obras, com grupos previamente identificados nas comunidades tradicionais. Esse diálogo requer uma reflexão coletiva sobre a origem da ancestralidade disseminada pela oralidade dessa população e sobre a estratégia da comunicação da informação em saúde em terras quilombolas, indígenas, ciganas, pomeranas e outras.
No caso deste relato de pesquisa, faz-se ainda necessário um exercício de pensar a articulação entre os saberes e fazeres (conhecimentos e habilidades) dessas comunidades e daquilo que é produzido pelas ciências da saúde como a Enfermagem e a Epimedologia, com a meta de colocar em questão a contribuição da pesquisa produzida na área da informação e saúde e para, assim, contribuir com ações de pesquisa e extensão nos territórios dos povos tradicionais. Porém, esse é um diálogo que se deve tecer em uma outra oportunidade, ao envolver no processo a Ciência da Informação e áreas como a Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia que devem entrar em cena ao contribuir com as ações e projetos cujo mote seja a comunicação da informação em saúde.
REFERÊNCIAS
ALBARADO, A. J.; PRADO, E. J.; MENDONÇA, A. V. M. Um, dois, três - gravando: as campanhas audiovisuais do ministério da saúde sobre dengue, chikungunya e zika de 2014 a 2017. RECIIS: Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, 2019. Disponível em: https://www.reciis.icict.fiocruz.br/index.php/reciis/article/view/1596. Acesso em: 27 fev. 2022.
ALMEIDA JUNIOR, O. F.; SANTOS NETO, J. A. D. Mediação da informação e a organização do conhecimento: interrelações. Informação & Informação, Rio de Janeiro, v. 19, n. 2, p. 98-116, 2014. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/16716. Acesso em: 11 jul. 2023.
ANDRADE, K. R. C.; PEREIRA, M. G. Tradução do conhecimento na realidade da saúde pública brasileira. Revista de Saúde Pública, Brasília, v. 54, n. 72, p. 1-7, 2020. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/173300. Acesso em: 05 jul. 2022.
BENJAMIN, W. O narrador. In: BENJAMIN, W. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
BORTOLIN, S.; ALMEIDA JÚNIOR, O. F. de. Mediação oral literária: algumas palavras. In: VALENTIM, M. (org.). Gestão, mediação e uso da informação. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. p. 85-102
BRASIL. Ministério Público. Conselho Nacional do Ministério Público. Resolução nº 230, de 8 de junho de 2021. Disciplina a atuação do Ministério Público brasileiro junto aos povos e comunidades tradicionais. Brasília-DF: Ministério Publico, 2021. Disponível em: https://www.cnmp.mp.br/portal/images/Resolucoes/2021/Resoluo-n-230-2021.pdf. Acesso em: 12 jun. 2023.
BURNHAM, T. F. Análise contrastiva: memória da construção de uma metodologia para investigar a tradução de conhecimento científico em conhecimento público. DataGramaZero, [S. l.], v. 3, n. 3, 2002. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/6809. Acesso em: 07 jul. 2023.
CASTELLS, M. A Sociedade em Rede: a era da Informação: Economia, sociedade e Cultura. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
CRUZ, Valter do Carmo. Povos e comunidades tradicionais. In: CALDART, Roseli et al. (org.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro/São Paulo: EPSJV/Expressão Popular, 2012. p. 596-602.
FERRAZ, L.; PEREIRA, R. P. G.; PEREIRA, A. M. R. da C. Tradução do conhecimento e os desafios contemporâneos na área da saúde: uma revisão de escopo. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 43, n. esp., p. 200-216, nov. 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sdeb/a/hVLgmkWFGwytPvC3BkwLgZk/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 7 jul. 2023.
GERLIN, M. N. M. A mediação informativa em ambientes de (ciber)cultura e (in)formação: estudo exploratório no campo da informação, educação e cultura. Revista Fontes Documentais, Aracaju, v. 5, ed. esp., p. 81–98, 2022. Disponível em: https://aplicacoes.ifs.edu.br/periodicos/fontesdocumentais/article/view/1429. Acesso em: 3 jan. 2023.
GERLIN, M. N. M. Tecendo redes e contando histórias: competências em informação e narrativa na contemporaneidade. Brasília: Faculdade de Ciência da Informação, Universidade de Brasília, 2018. 210 p. (Coleção No balanço das redes: tradição e tecnologia, v. 1).
GERLIN, M. N. M.; PACHECO, J. P. C.; SANTOS, E. M.; BARBOSA, J. P. M. A oralidade como estratégia de comunicação da informação em saúde no contexto da Rede Brasil do Projeto Arbocontrol. In: SOUSA, M. F. de; MENDONÇA, A. M. M.; SIMEÃO, E. L. M. S.; COSTA, L. D. da. (org.). Relatos de experiência para a prevenção de arboviroses: sul, sudeste e arbocapacidades. DF, Brasília: Editora ECoS da UnB, 2022. v. 2 p. 61-86. Disponível em: https://ecos.unb.br/editora/. Disponível em: 28 maio 2023.
GERLIN, M. N. M.; SANTOS, E. M. Da tradução do conhecimento ao processo de comunicação da informação em saúde: entre a tradição e a tecnologia, os (novos) conteúdos audiovisuais. In: SOUSA, M. F. de; MENDONÇA, A. M. M.; SIMEÃO, E. L. M. S.; COSTA, L. D. da. (org.). Relatos de experiência para a prevenção de arboviroses: sul, sudeste e arbocapacidades. DF, Brasília: Editora ECoS da UnB, 2022. v. 2. p. 61-86. Disponível em: https://ecos.unb.br/editora/. Disponível em: 28 maio 2023.
GERLIN, M. N. M.; SANTOS, E. M. Da tradução do conhecimento ao processo de comunicação da informação em saúde: entre a tradição e a tecnologia, os (novos) conteúdos audiovisuais. In: SOUSA, M. F. de; MENDONÇA, A. M. M.; SIMEÃO, E. L. M. S.; COSTA, L. D. da. (org.). Relatos de experiência para a prevenção de arboviroses: sul, sudeste e arbocapacidades. DF, Brasília: Editora ECoS da UnB, 2022. v. 2. p. 61-86. Disponível em: https://ecos.unb.br/editora/. Acesso em: 28 maio 2023.
GERLIN, M. N. M.; SIMEÃO, E. Competências em informação e competência narrativa no século XXI: conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para uma conexão em redes. In: VITORINO, Elizete Vieira; SPUDEIT, Daniela (org.). Competência em informação e o cenário das pesquisas e práticas no Brasil: um olhar para o futuro e para a internacionalização. São Paulo: Abecin Editora, 2021. 243 p.
LE COADIC, Y. A ciência da informação. Brasília: Briquet de Lemos, 2004.
MCGARRY, K. O contexto dinâmico da informação. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 1999.
SPINK, M. J., MENEGON, V. M., MEDRADO, B. Oficinas como estratégia de pesquisa: articulações teórico-metodológicas e aplicações ético-políticas. Psicologia & Sociedade, Recife/PE, v. 26, n. 1, p. 32-43, 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/psoc/v26n1/05.pdf. Acesso em: 12 jul. 2016.
WERMELINGER, E. D. Interdisciplinaridade na estratégia de controle dos vetores urbanos das arboviroses: uma dimensão necessária para o Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 38, n. 1, p. 1-4, 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csp/a/6cgcbThw4z3ywp889VpPvhd/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 27 fev. 2021.
[1] Professora Associada do Departamento de Biblioteconomia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal do Espírito Santo. Pós-doutoranda em Ciência da Informação (PPGCINF UFRGS), Doutora em Ciência da Informação (PPGCINF UnB), Mestre em Educação (PPGE UFES), Especialista em Psicopedagogia (Instituto Saberes) e Bacharel em Biblioteconomia (DEBib UFES).
[2] Professora Associada da Universidade de Brasília, com pós-doutorado na Universidade Complutense de Madri (UCM), Doutorado em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília, Mestrado em Comunicação e Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro e Graduada em Comunicação Social pela Universidade Federal do Piauí.
[3] Professora Associada do Departamento de Saúde Coletiva, da Universidade de Brasília (UnB). Pós doutora em Comunicação em Saúde, pelo Centre de Recherche sur la Communication et la Santé (ComSanté), da Université du Québec à Montréal (UQAM). Possui doutorado em Ciência da Informação pela UnB, mestrado em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialização em Administração da Comunicação Empresarial e graduação em Filosofia, Jornalismo e Relações Públicas.
[4] https://www.anahp.com.br/saude-da-saude/diferenca-entre-pronto-socorro-e-pronto-atendimento/
[5] Na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (Brapci) a busca foi realizada em todos os campos e sem demarcação temporal, sendo recuperados 35 (trinta e cinco) documentos, dentre os quais 2 (dois) artigos abordam a “tradução do conhecimento” na perspectiva da saúde no campo da Ciência da Informação: Burnham (2022) e Reis (2019).
[7] Ação de pesquisa registrada na Plataforma Brasil (PLATBR) com destaque para a realização das atividades na Região Sudeste contemplando os Estados Brasileiros do Espírito Santo (ES), Minas Gerais (MG), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP). PLATAFORMA BRASIL. 2020. Fonte: <http://plataformabrasil.saude.gov.br>.
[8] “As arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti constituem-se como um dos principais problemas de saúde pública no mundo” (BRASIL, 2022).