RESSIGNIFICAÇÃO DE MEMÓRIAS DE MÉDICOS-CULTURAL
BAHIA - SERGIPE – PORTUGAL
plataforma digital
Zeny Duarte de Miranda [1]
UFBA
zenydu@gmail.com
Salim Silva Souza [2]
Instituto Federal de Sergipe (IFS)
______________________________
Resumo
Tratar-se-á de estudos visando contribuir com a pesquisa “Os médicos e a cultura em Portugal e no Brasil: olhar(es) introspectivo e analítico sobre o ‘modo de ser e de estar’ médico-cultural”, como desafio à Ciência da Informação, iniciados na Universidade do Porto – Portugal, em 2006, por meio do projeto originário "Os médicos e a cultura: estudo crítico e guia geral dos arquivos de médicos escritores, artistas e pensadores de Portugal e Bahia - Brasil (1808 – 2012)”, estendendo-se aos dias atuais e, neste momento, contemplando também o estado de Sergipe, sob a égide do convênio de cooperação científica entre a Universidade Fe-deral da Bahia e a Universidade do Porto, Portugal e, mais proximamente, com a participação do Instituto Federal de Sergipe. Paralelamente, a inovação dos estudos ora apresentados é um dos seus resultados, a Plataforma Digital SiS Médicos e a Cultura, sistema adaptado ao armazenamento de dados informacionais acerca da vida, obra, pensamento e acervos documentais pessoais de médicos do Brasil e de Portugal que produziram para além da Medicina, disponibilizado em nuvem, ao propósito da convivência mundial com a Cloud Computing (Computação em Nuvem). Pauta-se, portanto, pela fundamentação teórica concei-tual com base em produções de Raffestin (1993), Saracevic (1996), Luhmann (2007), Duarte e Silva (2016), entre outros estudiosos e pensadores das áreas comuns, primando-se pelo procedimento analíti-co/argumentativo sobre os desdobramentos da pesquisa que subsidiam a escavação (FOUCAULT, 2008) ora destinada ao público da Revista Asklepion - Informação em Saúde e ademais. A problematização des-taca o processo de criação de médicos-cultural, do Brasil e de Portugal, pouco discutido e divulgado, no que diz respeito escolhas de médicos entre produzir apenas ciência ou abandoná-la ou acumulá-la com legados cultural e humanístico. A Ciência da Informação, neste patamar, é chamada a rever o cenário con-temporâneo, permeado pelas tecnologias digitais, com inquietações, a exemplo: Os acervos pessoais, documentais e informacionais de médicos-cultural estão sendo preservados para as gerações futuras? A Medicina reconhece a Ciência da Informação como protagonista na gestão de documentos e compartilha-mento da informação? O conceito de médicos-cultural encontra-se, desde já, no contexto do pensamento pós-custodial?
Palavras-chave: Médicos-Cultural. Memória Digital. SiS Médicos e a Cultura. Médicos/Bahia. Médicos/Sergipe. Médicos/Portugal.
RESIGNIFICATION OF CULTURAL-MEDICAL MEMORIES
BAHIA - SERGIPE - PORTUGAL
digital platform
Abstract
These will be studies aimed at contributing to the research “Doctors and culture in Portugal and Brazil: an introspective and analytical look(s) on the medical-cultural 'way of being and being'” as a challenge to Sci-ence da Informação, started at the University of Porto – Portugal, in 2006, through the original project "Doc-tors and culture: critical study and general guide to the archives of medical writers, artists and thinkers from Portugal and Bahia - Brazil (1808 – 2012) )”, extending to the present day and, at this moment, also contem-plating the state of Sergipe, under the aegis of the scientific cooperation agreement between the Federal University of Bahia and the University of Porto, Portugal and, more closely, with the participation of the Federal Institute of Sergipe. At the same time, the innovation of the studies presented herein is one of its results, the SiS Médicos e a Cultura Digital Platform, a system adapted to the storage of informational data about life, work, thought and documentary collections s personnel of doctors from Brazil and Portugal who produced beyond medicine, available in the cloud, for the purpose of worldwide coexistence with Cloud Computing (Cloud Computing). It is guided, therefore, by the conceptual theoretical foundation based on productions by Raffestin (1993), Saracevic (1996), Luhmann (2007), Duarte and Silva (2016), among other scholars and thinkers of common areas, focusing on the analytical/argumentative procedure on the deve-lopments of the research that subsidize the excavation (FOUCAULT, 2008) now intended for the public of the Asklepion Magazine - Health Information and beyond. The problematization highlights the process of creation of cultural doctors, in Brazil and Portugal, little discussed and publicized, with regard to doctors' choices between producing only science or abandoning it or accumulating it with cultural and humanistic legacies. Information Science, at this level, is called to review the contemporary scenario, permeated by digital technologies, with concerns, such as: Are the personal, documentary and informational collections of medical-cultural being preserved for future generations? Does medicine recognize Information Science as a protagonist in document management and information sharing? Is the concept of cultural-medical found, from now on, in the context of post-custodial thinking?
Keywords: Medical-Cultural. Digital Memory. Medical SiS and Culture. Doctors/Bahia. Doctors/Sergipe. Doc-tors/Portugal.
1 INTRODUÇÃO CONTEXTUALIZADA
É perceptível a inclinação dos esculápios[3] em atividades de variadas áreas do conhecimento além da ciência médica, sobretudo nas áreas da cultura, humanidades e das artes, tais como artística, filosófica, literária, religiosa e política. E o porquê deles se dedicarem a outros ofícios, talvez, pode ser explicado pela realidade paradoxal de vida-morte que a profissão de médico impõe. Segundo Duarte e Silva (2016, p. 17), esse fato “torna-os mais próximos do processo de criação e da tendência à escrita, ao desenho, à pintura e às demais formas de expressão do belo, estético, lírico, lúdico”.
Constatado também, as atividades desenvolvidas na área médica são desafiadoras, tanto para se manter atualizado nos campos tecnológico e científico, quanto para prática do ofício tendo, o profissional médico, em atendimento em mais de um local de trabalho. Então, nada mais justificável é a tendência de muitos deles a manterem olhar em outras avenidas de expressão, com o fito de estabelecerem equilíbrio mental e “profissional, da compreensão da alma humana e dos valores do ciclo” (DUARTE; SILVA, 2016, p. 18).
É observado que o modo pessoal de viver a Medicina sob a inspiração da filosofia humanística, preserva nesse profissional os valores éticos fundamentais para sua atuação prática na relação e comunicação médico-paciente, mediante diversos temas tão delicados do cotidiano hospitalar. Validando esse argumento, Antunes (2000, p.11), afirma, que “é outra a Medicina quando praticada por médicos cultos”.
Embora, a existência de médicos que se permitem buscar outras atividades paralelas e/ou simultâneas fora da área de atuação. Só a partir dos anos 2000 é que este assunto, como objeto de pesquisa, começou a ser investigado na Bahia e em Portugal sob a luz da Ciência da Informação (CI), uma área multidisciplinar com o foco no tratamento e na gestão da informação e do conhecimento.
Os estudos acerca de médicos-cultural interrelacionados com a CI, foram iniciados a partir do projeto de pós-doutorado da Profª. Drª. Zeny Duarte de Miranda intitulado "Os médicos e a cultura: estudo crítico e guia geral dos arquivos de médicos escritores, artistas e pensadores de Portugal e Bahia - Brasil (1808 – 2012)”, estendendo-se aos dias atuais, sob a colaboração do Prof. Dr. Armando Malheiro e realizados na Universidade do Porto (U.Porto), Portugal, com apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, tutelada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal.
Por meio do referido projeto pôde-se destacar os médicos em suas relações particulares e/ou espontâneas com a cultura, contribuindo com isso para um trabalho memorial destes ilustres personagens. Silva (2016, p. 147), relatou sobre o desenvolvimento desta proposta:
[...] o projecto foi inscrito no campo da CI com o propósito de recolher, organizar, representar e tornar acessível toda a informação relativa a cada médico português e baiano, no recorte temporal dos séculos XIX e XX, que se dedicaram à literatura e às artes (pintura e música). O registo da informação, relativa à atividade clínica e científica dos médicos “polivalentes”, não foi excluído do escopo do projecto, mas reencaminhado para as “bases” analógicas e/ou digitais. (SILVA, 2016, p. 147)
Ao longo do texto, será explanado mais sobre o projeto "Os médicos e a cultura: estudo crítico e guia geral dos arquivos de médicos escritores, artistas e pensadores de Portugal e Bahia - Brasil (1808 – 2012)”, oportunizando olhar mais ampliado em solo brasileiro, para além da Bahia, neste momento incluindo no espaço das discussões sobre médicos-cultural e a realidade desse fenômeno no estado de Sergipe, corroborando com a ressignificação da memória sergipana, por meio do projeto de pesquisa idealizado e coordenado pelo pesquisador Salim Silva Souza, desde dezembro de 2020, intitulado “Ressignificação de memórias sobre médicos-cultural de Sergipe Del Rey: prospecção de informação em plataforma digital”, o qual vem encontrando apoio de membros da Associação Sergipana de Medicina (ASM).
O supracitado projeto vem permitindo a ampliação de dados informacionais acerca da biografia e documentação de médicos sergipanos com atuação nos espaços das artes e humanidades, entres outras áreas de expressão cultural, como bem se estabeleceu a Bahia, como o primeiro estado brasileiro a ser investigado sobre a vida, obra, pensamento, acervos documentais de médicos formados pela primeira Escola Médico-Cirúrgica do país.
Em Portugal, a direção foi a mesma. Havia de se relacionar a realidade transparente da imensa produção cultural de médicos portugueses com a mesma cadência dos médicos da Bahia e alhures. Nesta direção, desponta agora o estado de Sergipe como mais um dos espaços a serem incorporados na dimensão do projeto originário da pesquisa sobre médicos-cultural, em destaque neste artigo. Vale destacar que o projeto originário passou por importantes mutações, a começar pelo título que ora se estabelece como “Os médicos e a cultura em Portugal e no Brasil: olhar(es) introspectivo e analítico sobre o ‘modo de ser e de estar’ médico-cultural”, a contar com inúmeras publicações e apresentações em congressos, além do seu encontro com a área da Ciência da Computação (CC), em seus meandros, relacionando esta pesquisa com a latente necessidade da implementação da plataforma digital SiS Médicos e a Cultura. O escopo se amplia e a tendência, neste momento, é a rica presença de nomes de insignes médicos sergipanos, muitos deles, inclusive, formados pela Faculdade de Medicina da Bahia, a deixarem legados culturais, artísticos, filosóficos, para além de apenas científicos. Com a introdução do estado de Sergipe, realiza-se um dos objetivos desta pesquisa, o de acolher, em sua territorialidade, muito mais do que um único território, abraçando a multiculturalidade em suas diversas características, tornando claro que o alvo é a reunião de nomes integrantes de médicos-cultural com todas as idiossincrasia da espacialidade e temporalidade.
Nessa grandeza e, para melhor compreender o sentido de território, na direção do que esta pesquisa almeja, Raffestin (1993), considera o território como
[...] uma construção conceitual a partir da noção de espaço. Com isso esse autor pretende fazer uma distinção entre algo já "dado", o espaço – na condição de matéria prima natural e um produto resultante da moldagem pela ação social dessa base – e o território – um construto, passível de "uma formalização e/ou quantificação".
Ainda em Raffestin (1993):
[...] o território se constitui em um complexo jurídico-sócio-econômico, modelado em uma multiplicidade de paisagens, exibindo feições características. O território é, assim, a base física de sustentação locacional e ecológica, juridicamente institucionalizado do Estado Nacional. Contém os objetos espaciais, naturais e/ou construídos, na condição de instrumentos exossomáticos, para (re)produção de uma identidade étnico-sócio-cultural (LEFEBVRE, 1978, p. 259 apud RAFFESTIN, 1993, p. 143).
Não podemos deixar de assinalar que Saracevic (1996), identificou três características da CI que são sua interdisciplinaridade, sua vinculação com a tecnologia e sua participação ativa na era da informação. Portanto, é uma área que através dos tempos vem interagindo incessantemente e institivamente com a Biblioteconomia, Arquivologia, CC, Ciência Cognitiva e Comunicação, além de outras áreas, aparentemente díspares, porém, possuidoras de componentes comuns aos seus objetos e traços epistemológicos e conceituais.
Nesses últimos tempos, continua Saracevic (1996), as relações interdisciplinares da CI estão ainda mais próximas da Inteligência Artificial em estudos aplicados e com a Ciência Cognitiva em trabalhos teóricos e experimentais.
Esta pesquisa, portanto, possui, mais ainda, a corajosa ambição de proporcionar, em nuvens, acesso à informação, documentação e comunicação de médicos de outros estados do Brasil e dos países da Comunidade da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Para tamanha realização, a inspiração nasceu da pesquisa de âmbito internacional de autoria da Profª Zeny Duarte, supramencionada, com a inserção da Plataforma Digital SiS Médicos e a Cultura, http://www.websismedicos.ufba, a qual evidencia-se o suporte das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) considerando, sobretudo, a era pós-custodial da CI[4] e suas congruências ao propósito da convivência mundial com a Cloud Computing (Computação em Nuvem).
Nesse tabuleiro, e para compreender o universo da CI neste século da informação, comunicação e conhecimento em nuvens, vale referenciar os autores Souza; Almeida; Baracho (2013), pela descrição mais aproximada do entendimento que se possa ter sobre o conceito de Cloud Computing:
Cloud Computing: tendo apontado o fenômeno social, materializado pelas redes; e o fenômeno da explosão informacional, representado pelo hype em torno do Big Data, cumpre finalizar este panorama apresentando o fenômeno da computação em nuvem, que adiciona mais uma camada de abstração ao processo de desmaterialização dos registros de informação. Se antes trocávamos (talvez com receio e muita desconfiança) os suportes físicos pelos digitais, materializados em tablets e computadores pessoais; a computação em nuvem abstrai e afasta do usuário os suportes físicos onde ficam armazenados seus dados. Onipresentes, os serviços de armazenamento (DropBox18, Google Drive19, iCloud20, dentre outros) fazem parte da vida de centenas de milhares de pessoas que, aparentemente, não perdem o sono com receio de terem perdido ou serem roubadas em seus arquivos e fotos, a despeito de uma dezena de incidentes recentes.
As redes sociais romperam limites geográficos de conectividade; a nova explosão de informações rompeu com a possibilidade do tratamento individual e intelectual aos registros; e as nuvens romperam, enfim, com a tangibilidade dos registros. Qual seria a agenda de pesquisa da CI para o século XXI? (SOUZA; ALMEIDA; BARACHO, 2013).
A frase “com as nuvens, o céu é o limite”, valida a intencionalidade do alargamento de estudos e pesquisa sobre vida, obra, pensamento e acervos documentais de médicos-cultural, conjugados com a experimentação e a renovação da Plataforma Digital SiS Médicos a e Cultura, além de proporcionar o rompimento de fronteiras e da ideia de território único, quando se trata de acesso à informação, comunicação e conhecimento.
2 OS MÉDICOS E A CULTURA
Não é de admirar a relevância de pesquisas voltadas a estudos sobre conceito de memória e sua relação com a preservação, armazenamento e compartilhamento de dados informacionais, com o intuito de transferir conhecimento às gerações.
A informação tem sido ponto central em determinadas discussões que envolvem âmbitos social, científico, econômico e político caracterizados como a “Era da Informação”, “Sociedade da Informação”, “Era Pós-custodial”. Do ponto de vista de Castells (2008), a Sociedade da Informação tem como principal característica a forte presença e influência das TIC. A informação seria, dessa forma, a matéria-prima desse tempo e sociedade, sendo intrínseca a todos os processos que perpassam a vida dos indivíduos. Por outro lado, a memória cultuada pelos gregos antigos como a deusa Mnemosine (LE GOFF, 1990), vem sendo ressignificada nos momentos de fluidez em que vivemos. Como afirma Pierre Nora (1993), enquanto a informação está fortemente relacionada ao cotidiano, a memória tem passado por um processo de “esquecimento”.
Contudo sem o esquecimento, segundo Luhmann (2007), não poderia haver espaço para o aprendizado, tampouco para o desenvolvimento do saber. E sem recordação, não faria sentido justificar as práticas e decisões realizadas por uma pessoa ou sociedade. Pois a memória desempenha a função de organização seletiva dessa relação entre esquecimento e recordação. A memória seleciona "a realidade" a partir da qual um sistema pode olhar para o futuro, controlando o que é realidade e o que é imaginação de um sistema.
Ainda, segundo Luhmann (2007), a memória é uma forma de reconstrução e de estruturação contínua do passado desde o presente. É uma forma de dar sentido as operações do presente, por meio da construção altamente seletiva das causas, origens, motivos e razões históricas das operações presentes.
Outra concepção de memória, muito presente, é a que registramos ou armazenamos por meio de recursos eletrônicos para guardar dados, informações, arquivos, entre outras, sejam eles de natureza sonora, imagéticos e textuais. Esses recursos, de caráter físico e digital, são considerados por Oliveira e Rodrigues (2011, p. 216), como uma “memória adicional possibilitada por recursos tecnológicos, ou um procedimento técnico que permite sua fixação e facilita sua recuperação.” Entretanto, há milênios, materiais como papiros, pergaminhos, papel, dentre outros, são utilizados como suportes para os registros do conhecimento através da memória.
Le Goff (1990), considera essa concepção acerca da memória, como “memória artificial”, aquela que é realizada e fixada por meio de suportes e mecanismos, como a escrita, e que hoje se realiza também através de computadores e demais técnicas e instrumentos. Podemos, então, perceber a memória em um significado material, físico, uma perspectiva semelhante à informação como fenômeno físico. Para Duarte e Silva (2014, p. 406):
“A memória e o património são concebidos para garantir a cidadania cultural. O direito à memória deve ser franqueado e a memória reporta a criação das obras históricas, o pensamento, as artes, o cotidiano, os objectos acumulados e as relações sociais.” (DUARTE; SILVA, 2014, p. 406).
Assim, reconhecemos que o passado somente é possível devido à perpetuação da informação, através do tempo (passado), observando a manutenção da memória coletiva, utilizando-se de instrumentos disponíveis como a oralidade, pinturas rupestres, registros sob diversos tipos de suportes físicos ou digitais, com o intuito do desenvolvimento do conhecimento humano.
Justamente neste sentido, em 2004, o Departamento de Documentação do Instituto de Ciência da Informação em parceria com Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) ambos vinculados a UFBA, iniciam o projeto ‘Resgate do Acervo da Faculdade de Medicina da Bahia (FMB)’ com o objetivo de preservar a história e salvaguardar o acervo, tendo como produto final a criação de um Memorial, coordenado pela professora Maria José Rabello de Freitas (DUARTE; SILVA, 2016).
Para a execução das atividades investigativas relacionadas com Informação e Saúde, foi criado à época na Universidade Federal da Bahia (UFBA), o Grupo de Ensino, Extensão e Pesquisa em Ciência da Informação e Ciência da Saúde (GEPCIS) e atualmente é desenvolvido pelo grupo de pesquisa “Memória, Patrimônio, Cultura, Informação e Plataformas Digitais” (G-ACERVOS) – PPGCI /UFBA – CNPq.
Os primeiros resultados colhidos pelas pesquisas desenvolvidas pelos referidos grupos de pesquisa resultaram na organização e disseminação dos documentos do arquivo histórico da Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) e na publicação do livro ‘Os médicos e a cultura em Portugal e no Brasil (1808-2014)’, trazendo “elementos impressivos da memória da FMB e a imagem forte e inspiradora do seu majestoso prédio, localizado no Terreiro de Jesus, Centro Histórico de Salvador, Bahia” (DUARTE; SILVA, 2016, p. 22).
Em 2006, o projeto de pós-doutorado da Profª. Drª. Zeny Duarte de Miranda, têm-se início com a proposta de ser relevante ferramenta de pesquisa voltada à preservação da memória de médicos-cultural. É perceptível neste projeto as características Multi, Inter e Transdisciplinaridade (MIT) em um diálogo com diversas áreas do saber, estudando teorias e conceitos correlacionados com a CI, Medicina, Ciências da Saúde, CC, Comunicação, Ciências Sociais, Ciências Humanas, Artes, Letras, entre outras.
Um dos corolários do referido projeto foi o sistema informatizado SiS Médicos e a Cultura (como anteriormente referenciado), interligado aos estudos sobre as plataformas digitais - TIC. O sistema é uma página sem fins lucrativos que tem como objetivo o armazenamento de dados acerca da vida, obra, pensamento e acervos documentais pessoais de médicos do Brasil e de Portugal que produziram para além da Medicina. A primeira versão do SiS Médicos e a Cultura foi apresentada na WEB em 2008 e ao longo dos anos outras versões atualizadas foram desenvolvidas, objetivando a otimização da recuperação de dados, permitindo inclusões de novos registros e interagindo com seus usuários informacionais.
Atualmente o banco de dados adota uma nova nomenclatura, denominada WEBSISMEDICOS e encontra-se hospedado em servidores da Superintendência de Tecnologia e Informação (STI), órgão responsável por toda a gestão tecnológica informacional da UFBA, no seguinte endereço: http://www.websismedicos.ufba.br/
A plataforma do SiS Médicos e a Cultura, no período de 2016-2018, foi objeto de estudo de Daniel de Jesus Barcoso Cautela Branco, no Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da UFBA, com defesa da dissertação “A plataforma wiki no acesso à informação de arquivos pessoais e memórias de médicos”[5], sob a orientação da Profª. Drª. Zeny Duarte de Miranda, apresentando renovada interface do WEBSISMEDICOS com a migração do banco de dados MySQL em plataforma definitiva Mediawiki com avaliação do acesso à informação contida neste banco de dados por meio da plataforma colaborativa instalada.
As tecnologias para replicação de peças e/ou documentos, por meio de equipamentos como scanners, máquinas fotográficas ou quaisquer outros instrumentos utilizados para captura de imagens, geram recursos computadorizados e de acessibilidade e transformam documentos em instrumentos de pesquisa (MANZIG; WEINSCHULZ, 2012). Por isso é necessária a escolha de recursos tecnológicos para agilizar o processo e compartilhamento da informação e a consequente preservação digital da informação.
Outro provento oriundo do projeto citado “Médicos e a Cultura […]”, é a realização trienal do Colóquio Internacional A Medicina na Era da Informação (MEDINFOR), organizado a partir de convênio de cooperação internacional celebrado entre a U.Porto e a UFBA, com a participação de professores e pesquisadores de renome, de diversos países, das áreas CI, Ciências da Saúde, CC, Memória, Identidade, Cultura e demais áreas das Ciências Sociais e Humanas, com a quinta edição realizada em Salvador – Bahia, no período de 13 a 17 de setembro de 2020, sob a presidência dos professores criadores do MEDINFOR, Zeny Duarte de Miranda (UFBA) e Armando Malheiro da Silva (U.Porto).
A função primordial do projeto "Os médicos e a cultura em Portugal e na Bahia" com a utilização de suas duas principais decorrências: o SiS Médicos e a Cultura e o MEDINFOR é identificar
[...] os médicos e as pessoas detentoras de informações e conjuntos documentais destes profissionais da medicina que produziram e legaram à sociedade representativa produção nas áreas da filosofia, literatura, política, artes e cultura de alguma maneira, disseminar esse arcabouço cultural para a sociedade e torná-lo parte de uma base de dados que será utilizada como fonte de pesquisa e informação (BRANCO; SANTANA; DUARTE, 2019, p. 200).
E, ainda, esclarecem Duarte e Silva (2016, p. 218):
Ao princípio, a ideia era e ainda é mostrar a versatilidade “artística e cultural” dos médicos, enraizando-a, possivelmente, na especificidade ontológica da sua profissão de “salvadores” de corpos, não podendo ser indiferentes às emanações, in extremis, do “espírito” […] O “SiS Médicos e a Cultura”, é uma plataforma digital destinada a recensear todos os médicos portugueses e baianos com legados deixados à cultura e muito além da Medicina.
A necessidade de informações precisas e confiáveis disponibilizadas para usuários informacionais vem de encontro com a qualidade da recuperação, tornando-se um grave problema, pela dificuldade de precisão. Desta forma, a busca pelo desenvolvimento e aprimoramento de ferramentas e metodologias, que proporcionem uma recuperação eficaz, ganha lugar de destaque no gerenciamento de informações.
Neste momento, amplia-se a extensão do SiS Médicos e a Cultura com a inclusão de relevantes dados informacionais sobre médicos-cultural de Sergipe e suas produções, além de renovar estudos referentes ao sistema de busca de informação da mencionada Plataforma Digital, de modo que esta possa otimizar o acesso e compartilhamento da informação, comunicação e do conhecimento.
A pesquisa na Plataforma possibilita encontrar o perfil de oito médicos nascidos em Sergipe e formados pela Faculdade de Medicina da Bahia, os quais realizaram atividades em áreas além da Medicina, assim destacados: Antônio Militão de Bragança (1860-1949), Ascendino Ângelo dos Reis (1852-1926), Felisberto Firmo de Araújo Freire, Helvécio Ferreira de Andrade (1864-1940), Joaquim José de Oliveira (1820-1872) - primeiro sergipano formado na Faculdade de Medicina da UFBA, José Hermenegildo Pereira Guimarães (1854-?), José Rodrigues da Costa Doria (1857-1938) e Manoel Ladislau Aranha Dantas (1810-1875).
Após vislumbrar os legados científicos da bem-sucedida e permanente pesquisa sobre Médicos-Cultural e a Plataforma Digital a compor a presença necessária das TIC e CC na CI em suas mais alargadas temáticas e em sua característica Multi, Inter e Transdisciplinar (MIT), espera-se expandir para o estado de Sergipe o estudo sobre Médicos-Cultural com a perspectiva de ampliar para além da Bahia e de Portugal o levantamento sobre memórias e acervos documentais de médicos que produziram para além da Ciência.
3 MÉDICOS-CULTURAL DE SERGIPE
Em Sergipe, houve uma iniciativa um pouco similar sobre a recuperação da memória de médicos do estado, por meio da criação de plataforma digital organizada pela Academia Sergipana de Medicina (ASM), intitulada “Dicionário Biográfico de Médicos de Sergipe: séculos XIX e XX” que se propôs a guardar para a posteridade centenas de registros biográficos sobre médicos-cultural que nasceram ou atuaram em Sergipe nos séculos XIX e XX. Como critérios de inclusão, estabeleceram-se a idade, igual ou superior a 70 anos, ou médicos já falecidos.
Este projeto foi iniciado pelo médico Antônio Samarone de Santana[6], com base no Dicionário Biobliográfico Sergipano, de Armindo Guaraná, de 1925, que traz uma série de nomes de médicos ilustres, entre outros sergipanos de igual valor (SANTANA; DIAS; GOMES, 2009). A elaboração do Dicionário Biográfico de Médicos de Sergipe organizada pela ASM por meio de Antônio Samarone de Santana, Lúcio Dias e Petrônio Gomes foi desenvolvido ao longo de quatro anos (2006-2009). A obra citada, apresenta apenas nomes de médicos com idade igual ou superior a setenta anos, assim como não abrange todo o território sergipano.
A proposta de Samarone contrasta um pouco com o objetivo do projeto "Os médicos e a cultura em Portugal e na Bahia", que será estendido ao estado de Sergipe e que pretende contribuir para o levantamento de nomes de médicos que deixam legado cultural e ultrapassam o limite da ciência, ou seja, não interessa para esta pesquisa aqueles que exerceram ou exercem apenas a Medicina. Contudo, o referido Dicionário tem se tornado uma das fontes de referência para o atual movimento, inicial, de extensão da Plataforma Digital SiS Médicos e a Cultura, atingindo um segundo estado brasileiro.
A memória médicos-cultural sergipana tem se perdido, embora registrada em diferentes fontes, já que os métodos de pesquisa estão se modificando, o regime de informação está evoluindo e os pesquisadores buscam preferencialmente suas atualizações em bases de dados digitais. Sendo assim, expoentes da Medicina sergipana, como Ranulpho Hora Prata (1896-1942), José Rodrigues da Costa Dória (1857-1938), Ascendino Ângelo dos Reis (1852-1926), Tobias Rabello Leite (1826-1896) e outros médicos do estado, especialmente aqueles influentes na cultura e na ciência, extrapolam o trabalho de sua profissão, estão quase no esquecimento. Entretanto, através desta pesquisa, serão “repatriados” a partir da pesquisa sobre suas atuações em berço sergipano e nacional.
Segundo Silva (2018), a Faculdade de Medicina de Sergipe, foi criada em 1961, durante o governo de Luiz Garcia (1959-1962) que, ao criar a Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Saúde, convidou o médico Antônio Garcia Filho para assumir o cargo. O então Secretário se aliou à cúpula médica do Estado e criou oportunidades para que a Faculdade viesse cumprir um papel fundamental, tanto no desenvolvimento da construção no campo da história da Medicina em Sergipe, quanto para o campo educacional e social.
Juntamente com o Dr. Antônio Garcia Filho, os médicos João Batista Perez Garcia Moreno, José Machado de Sousa e Nestor Piva, podem ser considerados membros fundadores da Faculdade de Medicina de Sergipe. Sobre estes ilustres médicos, Silva (2018) comentou:
[...] tiveram uma intensa participação na vida da Universidade Federal de Sergipe, ocuparam cargos políticos, atuaram no Hospital de Cirurgia, Sergipe, atuaram, seja como membro, conselheiro, redator ou como presidente do Centro de Estudos do Hospital de Cirurgia, ocuparam cadeira na Academia Sergipana de Medicina e na Academia Sergipana Letras, contribuíram com atividades de comunicação, de cunho literário e/ou científico, a exemplo de jornais e revistas e lecionaram em Faculdades, dentro ou fora do estado. (SILVA, 2018, p. 97).
Assim como estes fundadores, tantos outros médicos sergipanos aproveitaram-se das suas circunstâncias de atuação, ação e produção, como também se valeram de suas posições sociais, em diversos campos: médico-científico, educacional, cultural ou político. Além do mais, formou-se uma rede de sociabilidade com a participação de grupos formados por intelectuais e políticos da capital, Aracaju, a exemplo “das associações e sociedades culturais e científicas e os clubes literários; pela produção escrita, as quais circularam nos mais diversos meios de comunicação e fomentação de conhecimentos, inclusive em Revistas internacionais” (SILVA, 2018, p. 141).
Em 1968, com a criação da Universidade Federal de Sergipe (UFS), a Faculdade de Medicina de Sergipe foi nela incorporada. A partir de 2010, devido a política de interiorização da Universidade estabelecida pelo Governo Federal, ocorreu a implantação de um Campus na cidade de Lagarto e a criação de um novo curso de Medicina, contando com a instalação do Hospital Regional de Lagarto (HRG), mais tarde transformado no Hospital Universitário de Lagarto, a partir de sua doação pelo governo estadual à UFS no final de 2014. Sergipe também conta, desde de 2010, com o curso de Medicina ofertado pela Universidade Tiradentes (UNIT), com a primeira turma formada em 2015.
Sergipe, com três cursos de Medicina criados e disponibilizados à sociedade, oferece à esta pesquisa uma extensa quantidade de nomes de médicos, os quais serão observados a fim de serem ressignificados e referenciados na Plataforma SiS Médicos e a Cultura.
4 PONTO DE CHEGADA
A Plataforma SiS Médicos e a Cultura, encontra-se em constante estudo com objetivo de alcançar possiblidades de acesso por meio de dispositivos a oferecer aos usuários maior independência nas questões espaço-temporais: o acesso a informações relativas aos médicos pode ser feito em qualquer tempo e em qualquer lugar.
A Plataforma Digital em foco, propõe potencializar efeito multiplicador de estudos MIT. Visto nesta dimensão, pela profícua cooperação luso-brasileira, conveniada e cada vez mais enraizada e sólida, o sistema de informação será socializado nas nuvens, ultrapassando para além da Bahia, alcançando agora Sergipe, e para além do Atlântico e, dessa forma, rompendo barreiras temporais, de territorialidade e geográficas.
Como ponto de chegada, esta pesquisa problematiza questões sobre o processo de criação da médicos-cultural, um tanto quanto instigante e enigmático, pouco discutido e divulgado, no que diz respeito às escolhas entre produzir apenas ciência ou abandoná-la ou juntá-la, acumulá-las, às possibilidades de múltiplas formas de criação.
As inquietações continuam:
No cenário contemporâneo, permeado pelas tecnologias digitais, os acervos documentais de médicos-cultural estão sendo preservados para as gerações futuras? A Medicina reconhece a CI como protagonista na gestão de documentos e compartilhamento da informação? O conceito de médicos-cultural encontra-se, desde já, no contexto do pensamento pós-custodial?
REFERÊNCIAS
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[1] Doutora em Letras pela UFBA, Pós-Doutora em Ciência da Informação em Plataformas Digitais pela Universidade do Porto (U.Porto), professora titular da UFBA. Líder do Grupo de Pesquisa G-ACERVOS - Memória, Patrimônio, Cultura, Informação e Plataformas Digitais. Memorialista. Escritora.
[2] Mestre em Educação pela Universidade Federal de Sergipe. Bacharel em Biblioteconomia e Documentação (ICI-UFBA). Bibliotecário e pesquisador do Instituto Federal de Sergipe (IFS). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas so-bre História das Bibliotecas de Ensino Superior do Estado de Sergipe (GEPHIBES). Escritor.
[3] Termo Esculápio é a derivação em latim do nome do deus grego Asclépio que protegia os doentes e desesperados. Termo utilizado para refere-se a médico (BRASIL, 2020)
[4] De acordo com a síntese de Silva (2009, p. 123-124): com a passagem do paradigma custodial e patrimonialista ao paradigma pós-custodial, informacional e científico, a preservação tornou-se mais complexa acompanhando a evolução tecnológica e, hoje, é com consternação que se assiste ao desaparecimento de milhares de registos, não por dia ou por hora, mas num segundo, devido a qualquer descuido ou até ao deliberado propósito de premir a tecla delete e apagar do suporte electrónico a informação aí contida.
[5] Dissertação indicada como uma das duas melhores dissertações defendidas no ano de 2018, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Bahia, ao prêmio CAPES.
[6] Antônio Samarone de Santana é médico formado pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e mestre em Sociologia também pela UFS. Atualmente é auditor fiscal do trabalho - DRT- Ministério do Trabalho e professor da UFS, com experiência na área de Medicina, com ênfase em Educação em Saúde.